Jogos eletrônicos, ensino e aprendizagem: precisamos falar deste privilégio.
Nos últimos anos, o uso da tecnologia deixou de ser um inimigo para se tornar aliado da educação. Os jogos eletrônicos percorreram o mesmo caminho: muito criticados por mães (como a minha, que nunca gostou e sempre proibiu) e instituições de ensino, hoje são alvos de estudos que apontam os benefícios do seu uso moderado.
Mesmo que não sejam especificamente educativos, os jogos podem ajudar no desenvolvimento emocional e social, além de influenciar positivamente no ensino de crianças e adolescentes. É o que diz o estudo australiano “Growing Up in Australia: Longitudinal Study of Australian Children“ realizado em 2017. De acordo com a pesquisa, as crianças que jogavam entre duas a quatro horas por semana, apresentaram melhores habilidades em matemática e inglês.
A pesquisa TIC Educação 2019 apontou que 39% dos alunos de escolas públicas urbanas não possuem computador ou tablet. Nas escolas da rede privada, o número cai para 9%. A falta destes equipamentos nos lares de estudantes de baixa renda, expõe uma defasagem no aprendizado, tanto em relação ao conteúdo educativo, quanto na possibilidade de estimular o desenvolvimento cognitivo através dos jogos eletrônicos.
As escolas públicas brasileiras têm, em média, 23 computadores instalados, sendo 18 em funcionamento. Os equipamentos são utilizados por, em média, 800 alunos. A conta, obviamente, não fecha. Nas escolas que estudei, não tive acesso a computadores, muito menos a jogos eletrônicos, fossem educativos ou não. Me lembro de contrariar minha mãe quando jogava na casa dos amigos e passava horas sonhando em ter um video game, ela também não sabia dos benefícios do uso de tecnologias entre crianças e adolescentes. Sou da época em que jogos educativos eram de papel e tabuleiros, que me ajudaram na formação por ser uma criança especial, amava jogar todos eles.
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